Dia no cabelereiro

Fazia tempo que não ia ao salão, nem como acompanhante da Duxa. Mas mesmo assim via muita gente que lá frequenta, quase que semanalmente. Saudade? Nem um pouco!

Mas o salão é um lugar divertido. Já falei isso aqui outras vezes e como tenho festa amanhã com a Duxa, resolvi hoje arrumar a carcaça. Fiquei lá longas trêêêês horas (...)

Das clientes de sempre, uma que parece ter o rei na barriga. Vou chamar ela aqui de Beta. Ah! Outro forte desse salão é uma das funcionárias que Não Perde pra Ninguém. Ninguém mesmo. Tudo com ela também acontece, só que foi diferente. Precisa sempre ser exaltado. É um barato.

Teve época que fiquei mais tempo lá dentro. Fiz a implantação de um sistema de controle. Desses prontos, mas que precisava ser testado. Nesse período é que conheci melhor as clientes. Tem cliente que não tem onde cair morta, mas sempre cantando de poderosa, que faz e que pode. Conheci uma que trabalha pra ter o tempo ocupado, pois não precisa disso(puta que pariu) existe mesmo gente assim. Tem cliente que faz questão de copiar o que a outra fez, seja no cabelo, na mão ou em qualquer outra coisa. ‘Quero igualzinho ao dela’. Tem cliente que se espelha nas outras, isso mesmo, se posta e se porta como a outra cliente, quase sempre uma poderosa porque ninguém quer copiar uma ‘chinelo’’. E claro a profissional que Não Perde pra Ninguém.

Pois hoje a Beta comentando de lugares suuuuper (caros), com a maior naturalidade, como se pudéssemos ir a qualquer momento. Ela pode. Mas como toda pessoa que pode, ouvi dela que também frequenta a região da 25 de Março e principalmente José Paulino pra comprar algumas "roupitchas". Toda pessoa poderosa (semi-poderosa) faz isso. Conheço várias.

Mas o assunto logo migrou pra presentes. A poderosa comprou algo pra mãe, algo caro. Logo a que Não Perde pra Ninguém larga: ‘...eu também....compro...só que foi assim...’, e ficaram por alguns instantes, parecendo uma competição. Ela completa: ‘...minha mãe adora ganhar presentes... se você chagarrrr com uma blusa ou um acessórrrrio caro.... ela vai olhar e dizer que gostou..... mas, se você aparecerrrr com uma coisinha da 25 de Março.... ela vai se esbanjarrrr de felicidade...’. Tá bom filha, tua mãe não curta presentes caros rárárárá (...) Toda mulher gosta de presentes caros. Vocês mulheres me corrijam se estiver realmente errado.

Essa conversa foi por um bom tempo e eu ali sentado olhando e ouvindo.

O foco da Beta mudou. Voltou para o auxiliar que só frequenta lugares onde toca uma tal de ‘Bonde do Rolê’, alguém conhece? Eu só conheço o nome – ainda bem!!! Ele frequenta por opção – eu acho.

Mas a Beta terminou seu serviço e não é a primeira vez que ela acha que o salão é filial do seu escritório. Chega a ser cômico, pra mim que pouco apareço por lá. Ela sentadinha na recepção com um palm na mão e um celular na outra, ou uma agenda e o tal celular (não reparei tanto assim - não gosto disso). Ela pergunta da casa, pergunta dos cachorros, acerta as compras da casa, marca horários com alguém. É muito interessante.

Eu acabei o que fui fazer e vazei de lá. Tipo cachorro corrido. Tenho mais o que fazer. Como(falar), oops, escrever sobre outros assuntos.

Trabalhei durante muito tempo em outro salão, só que na Vila Olímpia. Lá ouvia absurdos, mas defendo esses lugares. Não só por realizar o Desejo das mulheres, deixando-as mais belas, mas também como local terapêutico para muitas delas, em especial as executivas que falam muita besteira.

Quer conferir o que fiz? Acessa o link abaixo...