Foi-se o tempo do bom e velho sentido das coisas. Antigamente era tão bom xingar alguém, dizer boas verdades. Hoje por mais que você fale é difícil fazer a pessoa entender, seja por falta de vontade ou mesmo pela falta de leitura ou estudo.
Hoje ou a pessoa é
barraqueira, no mais puro sentido da palavra. Se é que ele ainda
existe. Ou ela é passional e deixa assim mesmo e se sente sempre uma
vítima. Como sagitariano, sou a mistura dos dois.
Já não é novidade
nenhuma, mas esses dias estava circulando num ônibus da capital e
ouvindo o papo de duas amigas. Ou estou de fones ouvindo música bem
alto, ou estou prestando atenção na conversa dos outros. Isso
aprendi com uma excelente professora de literatura em São Paulo. Mas
essas amigas que não tinham mais de 18 aninhos e falavam de música,
comida, drogas, sexo – muito sexo – e como se aproximavam de seus
homens, na verdade entendi essa parte como vítimas. Sim os homens ou
o que elas procuram são tratados por elas quase que como presas –
vítimas no mais puro sentido. Usou e depois joga fora. Por sorte a
viagem era longa e pude me deliciar com a atual juventude. E sim de
novo o titio aqui não cozinha mais na primeira fervura.
Passado o espanto da
sexualidade juvenil. Ah se no meu tempo eu fosse assim! Outra coisa
que me chamou muito a atenção foi o modo como elas se tratavam. Ou
era “puta” ou era “vaca”.
O “puta” da
segunda metade da década de 90 em diante, muito por influência de
São Paulo e de algumas novelas tornou-se adjunto Adverbial de
intensidade: “Puta casa essa que tu tem meu”, “Puta carro cê
comprou mano!” Então o puta deixou faz tempo de ter aquele sentido
que tinha no passado. Você usar “puta” associado ao nome de
qualquer coisa era uma ofensa.
Hoje as meninas usam
“puta” no lugar do nome da pessoa: “...sua puta! Você beijou
ele?....”, ou então, “...sua puta! Mesmo assim você ficou com
ele...” Perdeu-se a semântica.
O mesmo acontece com
a vaca. Substitua “puta” por “vaca”, neste caso se aplica a
semântica atual. Não a verdadeira semântica. Puta e Vaca eram
usados como ofensas. As ofensas de hoje se transformaram em
agressões. Vejo meninas partindo para as “vias-de-fato” na
frente das escolas, será que por causa da semântica? Não sabem
mais se xingar sem agressões? Não sabem mais puxar cabelo na hora
do recreio?
Lá no início disse
que sou barraqueiro e vítima. Sim. Como bom sagitariano sou festeiro
e parceiro, mas também sou de lua. Agradeço aos que não entraram
na minha pilha e assim evitamos incidentes maiores.
Por falar em vaca,
eu tenho uma Vaca, é minha mascote de pelúcia.
Tiozinho e com
mascote de pelúcia?
Não! Não sou isso
que você pensou.
Só vivo num mundo
diferente do seu.
O meu mundo.
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